sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

A maioridade e a zona de conforto



Em números, 18 anos são 260 meses, que são 6575 dias.

Quando se completa 18 anos, a maioria quer se emancipar, tornar-se independente, livres de casa e da família. Viver novas aventuras, aventuras maduras(?) e adultas, mesmo com temperos de molecagem e a jovialidade das idéias.

Ao completar 18 anos, eu queria dominar o que já sabia, aprender mais e mais, aperfeiçoar a cada dia.

Por isto muitos me têm como perfeccionista... Não sei se é um elogio, virtude ou defeito.
Sei que me reconheço assim: um perfeccionista relapso, preguiçoso, aquele que quer evoluir e tenta... Uma, duas, até três vezes... E depois me torno utópico: aquele que crê na perfeição nunca alcançável.

Acho que sempre fui um cara estranho, diferente, especial. Na adolescência às vezes pensava que nem deste planeta era! (rsrs)

Ao passar dos anos, a caminhada, a gente enfim, às vezes entorta e se envereda por portas que não queríamos adentrar.

Uma vez dentro, não tem como sair. Se sair, deixamos uma sala ou um quarto vazios...
Portas são passagens que levam a outros cômodos. Mas cômodos são para se ficar, acomodados.

Uma casa tem muitos cômodos e também muitas portas. Por elas entramos e saímos. E também modelamos os cômodos para nos sentirmos mais confortáveis.

Se não está bom de um jeito, muda-se, rearranja-se a disposição dos móveis, quadros, troca tudo, reformula-se sempre que preciso. Mas não precisa demolir uma casa porque uma maçaneta de porta emperrou, ou porque apareceu uma ou outra goteira...

Uma música antiga de Antônio Carlos & Jocafi lembrava o dito popular:
"Dizem que pau que nasce torto, morre torto.
Eu não sou pau: posso me regenerar!"

Dizem também que se conhece as árvores pelos seus frutos,
assim como que um fruto não cai longe de sua árvore.

Apesar da genética e DNAs, não somos determinados como árvores, paus e frutos.

Somos determinantes. Porque somos seres pensantes, ou daqueles que preferem deixar de pensar (ou não sabem).

Assim, somos também contra-exemplos da natureza: famílias de bem têm suas ovelhas negras, e daquelas famílias de onde nada se pensava brotar, surge um proeminente expoente da humanidade.

E arrependimentos e aculturamentos acontecem. Seres mudam ao longo da vida, e suas vidas não são constantes nem atreladas a raízes. Não temos asas, mas nossos destinos são capazes de voar para longe ou nos trazer de volta, depende sempre do ponto de vista.

Somos seres que aprendem, por bem e boa vontade e inteligência, ou pelas lombadas que a vida se encarrega de nos assolar.

É bom esclarecer: acomodar-se não quer dizer estagnação. E conforto não quer dizer mesmice.

Mesmice pode ser entediante para alguns, mas nem sempre é sinônimo de estagnação, mas sim de segurança! Eis alguns exemplos.

Não é mesmice trilhar o caminho conhecido e movimentado todos os dias para voltar de noite e a pé para casa (hoje em dia, vale até se for de carro!), em vez de se aventurar pelos atalhos escuros e sinistros. Arrisque-se: será sem dúvida emocionante! Se não tiver sorte (o que não se compra nas lotéricas nem em qualquer esquina), pode ter seus dedos levados, senão a "virgindade", a honra, a paz de espírito ou até mesmo a vida levada embora, em vez dos anéis apenas (ou o carro)!

Há certas convenções sociais que residem na "mesmice", para assegurar uma ordem entre as pessoas civilizadas. Por exemplo, a mesmice de nunca roubar, nunca matar, nunca violar a lei, porque do contrário, essas aventuras se convertem num CAOS incontrolável e irreversível!

E outro exemplo desses é experimentar "comer fora" do casamento, para fugir do tédio... Não dá certo! Melhor nem casar! Há formas de se buscar inovações dentro da mesmice, de forma a mantê-la interessante, segura, e continuar confortável e adorável; REnovações conscientes, dialogadas, entendimentos a dois, sem enjoar de comer a mesma "coisa"... Casamento não é indigesto; há que se preparar o estômago! É preciso QUERER, não de desculpas.

Então, quem está na "mesmice"? Qual o conceito de "conforto"?...

Segurança traz conforto, daí a associação à Zona de Conforto!

Existe uma tendência dos motivadores e das empresas em geral, adotarem o discurso contra a Zona de Conforto, para exigir dos vendedores, técnicos e funcionários em qualquer escalão, de dar sangue o tempo todo, de dar suco até não haver nem mais bagaço! Entendo que não é bem assim...

Tudo tem seus altos e baixos, momentos de vitórias e comemoração, outros de derrota e recolhimento (para convalescer, repousar, analisar, refletir, remuniciar-se, recuperar-se, restaurar-se). Noites foram feitas para descansar e dormir. Experimente trabalhar o tempo todo, levar trampo para casa, trabalhar em casa sem separar o que é momento de lazer e repouso (conforto). Experimente, e ganhe um infarto! Prêmio em altíssima pressão! Nem à base de remédios e redbulls você se sustenta por muito tempo. Não vai conseguir assim sucesso, carreira nem dinheiro que valha a pena. Mas o pouco que você se acabou para isto, um tiquinho que seja, a empresa ganhou mais um caldinho seu!

E o que todos têm contra a Zona de Conforto???!! Por que a maioria dos motivadores insiste em violar a zona de conforto? Por que dizem que ela é o inimigo na inovação, se na verdade muitos lutam e inovam para se chegar justamente a ela, como objetivo? Por que dizem que ela é uma ameaça, uma estagnação? Por que abrir mão do que se conquistou?

Seria inveja? Desdém? Ameaça talvez não para os que estão dentro, talvez sim para os que não conseguem entrar, e ficam felizes de ver os outros caírem foram, daí os ficam tentando, tentando, criando tentações do lado de fora da zona?

Enfim, o que contesto é que a maioria das dinâmicas de grupo ou motivacionais pregam: "deixem a Zona de Conforto!".

Acho que não pode ser uma norma geral, que cada caso tem que ser analisado e ver o tempo que se está nela (na Zona de Conforto) e como chegou até ali. Abandonar conquistas só para sair loucamente atrás de aventuras incertas não é propriamente dito só "ousar"... pode ser burrice em alguns casos, insanidade em outros, e na maioria das vezes ato de heroísmo.

Não sei... Acho que existe alguma distorção nessa visão, a da Guerra à Zona de Conforto... Sou do tipo de cara que rejeita invencionices para tirarem a gente da nossa área ou zona de conforto. Sou a favor do "ouse, mas com inteligência e sabedoria!".

Acho que temos, sim, que tentar é sair da "zona", bagunça, trapalhada, enrosco, confusão, desespero, angústias, e buscar:
- paz (= conforto da alma),
- segurança (= conforto do corpo),
- sabedoria (= conforto da mente),
- amor (= conforto da paixão),
- etc (= conforto da preguiça)...

O fato é que só há transformação quando se está vivendo uma crise, seja ela qual for e de que tamanho for.

É preciso haver diferença de altura para haver queda-d'água; sem esse diferencial, não há geração de energia elétrica (hidráulica).

Ou seja, o marasmo é danoso no sentido da evolução ser mais lenta. Isto, se houver alguma, fundamentada mais no intelecto do que na necessidade...

Crises promovem atitudes!
Atitudes (certas ou erradas) geram resultados (efetivos ou não).

E qual o problema de passar 2 horas num cinema ou vendo um vídeo, emprestando 2 de suas horas e absorvendo 2 horas de vidas alheias??? Isto é muito diferente de ler um livro? (talvez tome mais tempo...) Sei lá!... (rsrs)

Por outro lado, em nenhum momento quero sugerir em ser acomodado, letárgico, perder o compasso do tempo e da evolução das coisas. Não sei se você percebeu, mas essas crianças de hoje, que desconhecem nosso tempo que não faz tanto tempo assim (chegam a dizer "daquele tempo em que tudo era preto-e-branco", não se referindo apenas à fotografia, que sendo todas hoje coloridas, obviamente retratavam a época! rsrs), essas mesmas crianças que não querem sair de frente do computador, da internet ou do game, têm uma rapidez impressionante de absorção e entendimento diante da inundação de informação que recebemos hoje! Elas precisam mais ainda, mais do que nunca, questão de sobrevivência! Instintivamente, elas sabem e compreendem isto (assim muitos dos adultos de hoje subiam em árvores e pulavam córregos para atravessar a cidade a pé em pouco tempo). Tente comparar o que elas conseguem nesta área (informação e informática e tecnologia), com o que você conseguia na idade delas, ou mesmo há alguns anos atrás... Elas pegam qualquer aparelho novo, arrancam-nos da mão e já o saem operando, sem consultar manual algum!!!! Elas acompanham a evolução. Nós, que implicamos com isto, NÃO!

Caminhos e discursos que entortam.
Texto de começa de um jeito e segue por outros rumos.
Gente que se adapta.
Gente que evolui.
Gente que busca alcançar algo.
Gente que quer conforto e felicidade.
Gente que quer aventura e emoção.
Gente que quer viver.
Assim como quando atingimos 18 anos.


segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (5/5) - Deduções


Parado em trânsito – Parte 5 de 5 : Deduções

( Como foi dito nos posts anteriores, muita coisa para se pensar e fazer... )


E) Finalizando?

Creio que abordamos superficialmente o problema do trânsito cada vez mais caótico e confuso da cidade de São Paulo.

Não existem soluções imediatas, simples e definitivas, pois a problemática é complexa e de larga escala.

Mas algumas coisas poderiam ser feitas e repensadas com seriedade e responsabilidade.

Conclusão:
• medidas práticas poderiam ser tomadas com inteligência e economia;
• parece que outros interesses escusos conduzem as decisões;
• ficamos à mercê de que alguma solução eficaz seja feita para tentar resolver o problema de tráfego na cidade de São Paulo;
• e enquanto o caos está vindo para nos devorar... NÃO vamos a lugar algum! ( * )

Não se iluda: quando estiver passando por algum caminho que parece estar livre e desimpedido, NÃO HÁ MÁGICA. Os outros veículos se encontram represados em outro local com um enrosco muito maior, e você só deu SORTE de pegar aquele trecho DEPOIS o incidente ou acidente.

Porque este trânsito não melhora, só piora!

E se nada for feito AGORA, não quero nem pensar quando chegarem as Olimpíadas 2012 e a Copa do Mundo de Futebol 2014.

Enfim, sós – e parados, no meio de muitos iguais a você, no meio do trânsito!


( * = parafraseando “Enquanto Seu Lobo não vem, vamos passear na floresta!”, da fábula Chapeuzinho Vermelho, ou Os Três Porquinhos. )

domingo, 20 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (4/5) - Alternativas


Parado em trânsito – Parte 4 de 5 : Alternativas

( Soluções comentadas no post anterior não são as únicas )


D) Considerando alternativas

Recentemente, em vez de agilizar obras da expansão do metrô ou das linhas e frotas de ônibus, a Prefeitura do município de São Paulo resolveu alargar as pistas da Marginal do Tietê, uma importante via que liga São Paulo Leste-Oeste e por onde passam caminhões e ônibus de viagem a caminho de outras cidades, atravessando a cidade São Paulo por falta de opção para contorná-la, dentre outras coisas.

Ora, isto não vai resolver nenhum problema. Aliás, cria outros.

Alargar apenas estas pistas só vai conseguir colocar mais carros no mesmo congestionamento. Pois os gargalos, por onde entram e saem os veículos de/para esta "veia" mais larga, continuarão estreitos. Teoria dos fluidos.

Além disto, para efetuar as obras na Marginal do Tietê, a prefeitura interditou parcialmente cinco pontes que cruzam a Marginal (inclusive pontes vizinhas, sem deixar alternativas de fluidez), o que fez tumultuar ainda mais o trajeto de quem usava apenas essas vias perpendiculares e "escapava" do transtorno direto das Marginais.

E o que é pior: bem em período pré-natalino, onde as pessoas (maioria em férias) vão às compras e o trânsito fica naturalmente mais congestionado, shoppings centers lotados e disputas por estacionamentos, etc... Imagina então com as vias em obras e interditadas!...


Eu me pergunto onde estará a engenhosidade da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET)...

Por que não investem inteligência na fluidez do trânsito, criando "Ondas Verdes" nos principais corredores que ligam a cidade, pelo menos?

Não se consegue pegar qualquer grande avenida da cidade e percorrê-la do início ao fim sem parar nos semáforos, seja em qualquer velocidade, seja em qualquer horário. Às vezes chega a ser irritante quando abre o sinal numa esquina, e na esquina seguinte o próximo sinal fecha...

Esse constante arranca-anda-freia-e-pára é nocivo em todos os sentidos:
• para o veículo em si, que para vencer a inércia do movimento (isto é, do estado parado para o estado em movimento) consome muito mais recursos do que a manutenção de um movimento, mesmo que seja baixa a velocidade;
• para o bolso do motorista/proprietário, pois gastar menos recursos significa mais economia de combustível e de manutenção do veículo;
• para a indústria do petróleo e álcool/metanol, pois o consumo de combustível reduzindo representa maior longevidade das reservas petrolíferas e dos campos de plantação;
• para a natureza e meio-ambiente, já que carros em movimento contínuo poluem muito menos do que ao arrancar;
• para a saúde das pessoas, que ficam menos estressadas indo ou vindo de um lugar para outro do que simplesmente presas no trânsito parado;
• para os negócios e a vida da cidade como um todo, pois todos ganham quando há mais agilidade e menos desperdício.

( O que mais a fazer, afinal? Finalizo no próximo post )

sábado, 19 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (3/5) - Soluções


Parado em trânsito – Parte 3 de 5 : Soluções

( No post anterior, considerei 3 fatores que levam haver cada vez mais carros em São Paulo )


C) Sugerindo soluções

A solução para o trânsito, portanto, seria:
1) oferecer (=investir) mais transportes público e coletivo muito mais eficientes e abrangentes;
2) desestimular (cortar financiamentos ou dificultar os critérios para) a compra de mais carros.

Quando se está sangrando, tem que se estancar imediatamente o corte, senão o sangue pára de fluir nas veias e artérias (pela escassez devido ao vazamento). No caso da cidade, há um vazamento no sentido contrário, ou seja, um transbordamento da quantidade de carros introduzidos na cidade (sem a retirada dos velhos) que vai entupir e provocar a parada de circulação das "artérias".

Também é preciso urgentemente ("pra ontem!") melhorar as condições e opções de transportes coletivos. Quem não iria preferir tomar um ônibus ou metrô, próximo à sua casa, a baixo custo, rápido e cômodo, para ir e voltar ao trabalho, à escola, às compras, etc, em vez de se cansar dirigindo com atenção e gastando fortunas com combustível e manutenção do carro?

Se levar o mesmo tempo ou menos, e for muito mais barato, eu garanto que a maioria deixa o carro na garagem (ou nem compra um) e pega o coletivo. Nem precisa de rodízios para obrigar.

Outro coisa importante, um ônibus ocupa relativamente o espaço de 3 a 4 carros, que em geral carrega apenas seu próprio motorista (uns 80% dos casos), e leva cerca de 40 passageiros sentados, sem contar os que vão em pé e enchem o coletivo.

Além de tirar carros das ruas e transportar muito mais gente, agrega as seguintes vantagens:
• é saudável: proporciona caminhadas ao/do ponto de ônibus ou estação de metrô
• é sociável: você vê gente, circula entre pessoas, e pode ampliar seus contatos
• é cultural: permite ler livros durante o trajeto, ver a paisagem, conhecer melhor a cidade e encontrar outras culturas
• é instrutivo: durante o trajeto você pode até estudar, se quiser, para aproveitar o tempo, ou assistir filmes graças aos recursos eletrônicos modernos e à internet.

Enquanto nada disto acontece, o jeito é imaginar o que fazer durante o tempo inevitável que enfrenta no trânsito todos os dias, dentro do carro, enquanto dirige (ou tenta). Como, por exemplo:
• ouvir rádio e CDs;
• mulheres: maquiar o rosto e pentear ou secar os cabelos;
• homens: cortar as unhas e fazer a barba (barbeador à pilha);
• resolver negócios: falar no celular (infelizmente é ilegal e sujeito à multa) ou tomar notas;
• espreguiçar-se e alongar-se: pode parecer estranho pra quem olha, mas é recomendável para quem fica parado muito tempo (bocejar é o espreguiçar da boca e do rosto)
• limpar o nariz (ok, sei que é nojento, principalmente se não tiver os vidros escuros e a pessoa ao lado, noutras conduções, observar esse flagrante).

A verdade é que não dá pra fazer muita coisa, nem nada direito, pois o anda-pára-anda-pára constante exige atenção ao dirigir e as duas mãos no volante. E isto cansa e estressa.

Afinal, o que se pode fazer?
Ficar como um tarado em transe?
Não, apenas parado em trânsito.
Pensando que vai, mas mal sai do lugar...
E, o que é pior: tende a piorar!... (E olha que estou sendo otimista, hein?)

( Continua no próximo post )

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (2/5) - Situações


Parado em trânsito – Parte 2 de 5 : Situações

( No post anterior levantei uma problemática sobre o trânsito entupido de São Paulo e indaguei qual seria a solução. )


B) Entendendo o problema

Para tentar dar alguma solução, é preciso entender por que tem mais carros nas ruas.

Primeiro, porque a população cresce, e rápido. Todo dia tem novos motoristas se habilitando e que querem ter seu próprio carro para se locomoverem. Se até aí fosse um direito do cidadão, tudo bem. Mas é uma necessidade! Se estes não tiverem sua própria condução, não poderão ir facilmente aonde precisam.

Em segundo lugar e também fator de causa anterior, falta uma rede de transporte coletivo e público que atenda satisfatoriamente à demanda. Essa rede existe, mas é insuficiente para atender a população crescente, e ineficiente para ligar com rapidez e facilidade todas as regiões da Grande São Paulo.

Se você leva tempo de carro, num trajeto direto, levará muito mais tempo de ônibus, que vai parando nos pontos pelo caminho para recolher e deixar pessoas. As linhas de metrô existentes são poucas e não atendem toda a cidade... E os trens estão sempre lotados. E há muita espera entre uma composição e outra.

Assim, quem pode vai de carro. Ou de táxi. Táxi é prático: leva você a qualquer lugar e você não se estressa dirigindo. Táxis ficam caro, principalmente em função das dimensões da cidade. Não é uma solução cotidiana, para todos os dias, e também ficam parados no mesmo trânsito.

Por fim, o terceiro motivo que levam as pessoas a adquirirem seu próprio automóvel, a despeito dos preços absurdos e desproporcionais, é a facilidade de crédito e o hábito do brasileiro de se endividar.

Esses bens móveis chegam a custar preços de uma casa ou terreno. As pessoas deixam de investir num bem imóvel onde poderiam habitar, para comprar um meio de locomoção, necessário e indispensável, e que pode ser inutilizado num acidente bobo na próxima esquina.

Mas os créditos facilitados pelas concessionárias de automóveis incentivam isto. Juros mais baixos do mercado, muito menores que os melhores obtidos em empréstimos pessoais pelos bancos (por exemplo: 0,98% ao mês. contra 2,64% a.m.), induzem o desesperado cidadão a comprar seu carro próprio, fazendo com que a parcela mensal caiba dentro do seu orçamento/salário. Para a maioria das pessoas (eu incluído), esta é a única maneira de se adquirir um carro, muitas vezes sem se dar conta que assim estará pagando duas ou até três vezes o valor do veículo do que se tivesse o valor à vista, em vez de financiá-lo.

( Continua no próximo post )

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Parado em trânsito (1/5) - Problemas


Parado em trânsito – Parte 1 de 5 : Problemas

( Isto pretendia ser um artigo a ser publicado num post do blog, mas o tema forneceu tantos pontos a abordar que vou dividi-lo em partes. )

O trânsito de São Paulo não ajuda muito. Atitudes como essas do prefeito Kassab e da CET, atrapalham mais ainda!

Nem vou falar dos problemas diários, como acidentes com motos e caminhões quebrados, tampouco dos problemas naturais, como chuvas com pontos de alagamento, enchentes, blecautes... Vou me ater na essência do problema crescente: o volume de veículos.


A) Descrevendo o problema:

São Paulo é uma cidade que conta mais de 10 milhões de habitantes. As cidades vizinhas, que não são pequenas, já estão fisicamente unidas a São Paulo. Moradores delas cruzam a cidade de São Paulo para irem trabalhar ou voltar pra casa. É o que chamamos de A Grande São Paulo, também designada Região Metropolitana de São Paulo.

A indústria automobilística é a que mais cresce neste país, independentemente de qualquer crise mundial ou nacional. Todos os anos rádios e jornais divulgam que as vendas de automóveis cresceram 130% ao ano! A gente lê e escuta isto e nem pára para pensar... Ora, isto significa que a frota de carros aumentou, de um ano pra outro, 100% MAIS 30%. Ou seja, a cada ano, nos últimos 6 anos pelo menos que eu me lembro, é despejado nas ruas O MESMO tanto de carros novos introduzidos no ano anterior, E mais UM TREÇO desse tanto, sem contar o que já havia!

E não "vendem" RUAS e AVENIDAS na mesma proporção... Quer dizer, este volume todo de veículos, crescente, é confinado a disputar o mesmo espaço físico!

E qual a conclusão matemática dessa soma de fatores? É algo impraticável, caminhando (!) para uma imobilidade total em curtíssimo prazo.

Isto é muito mais preocupante que o tão badalado "aquecimento global", mas tem muito menos repercussão e cuidados. Mas ninguém olha pra isto. Será porque não querem? Eles quem? A população motorista e passageira se preocupa, mas nada podem fazer para resolver a questão. Os que podem preferem dizer que é um mal passageiro...

Tentativas de contenção de quantidade de carros nas ruas da cidade, como o rodízio de proibição de circulação dos veículos com determinadas placas (finais 1 e 2, 3 e 4, 5 e 6, 7 e 8, 9 e 0) em certos dias da semana (segundas, terças, quartas, quintas e sextas-feiras, respectivamente) dentro do "centro expandido" (uma grande região central determinada por decreto) nos horários de pico (entre 7h e 10h, e entre 17h e 20h), é um paliativo, pois retira do congestionamento quase 20% do total da frota, mas só temporário, já que 80% de milhões continua sendo uma quantidade absurda de carros.

O fato é que mais e mais carro vão enchendo as ruas, que não aumentam em número nem largura, e cada dia que passa leva-se mais tempo para percorrer o mesmo trajeto.

Antes, há algum tempo, ainda se podia escolher um caminho alternativo para se fugir do trânsito das principais vias de circulação. Hoje em dia, só se tem uma opção; você pode escolher em qual daquelas alternativas você vai ficar parado no meio do trânsito.

Então, qual seria a solução? É preciso entender por que tem mais carros nas ruas.

( E isto será tema para o próximo post. )

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Um domingo em São José dos Campos


Outra viagem por conta da música, que por si só é outra viagem.

Quase uma continuação do post anterior Um fim de semana no Rio de Janeiro: praticamente o mesmo grupo, o programa ligeiramente modificado, mesmas peças tocadas. A novidade ficou por conta do áudio-visual que ilustrou as falas dos protagonistas, das goteiras sobre algumas poltronas do teatro/auditório, e do ambiente bem mais formal que em Paquetá.

Desta vez os detalhes da audição estão no post Domingão Lotado (no Caldeirão-da-Bruxa), com fotos e tudo.

Como eu disse antes, TODA a apresentação me deixou emocionado. Esses rapazes e moças talentosos tocando obras-primas de compositores famosos e desconhecidos, músicas tocantes! E algumas até muito complexas e dificílimas, executadas com louvor!

Davi fez sua participação, discreta, mas muito especial para mim. E para quem quiser ouvir do que estou falando, da apresentação na Ilha de Paquetá, está publicamente registrado, para quando minha memória falhar, eu poder recordar e me alegrar sempre.

Haydn - Sonata em Fa - Divertimento - 2o-movimento (4:04)
http://www.youtube.com/watch?v=6cf0yV1jLkM



Introdução a Haydn (1:50)
http://www.youtube.com/watch?v=wdQU6nNupjo




sábado, 12 de dezembro de 2009

Um fim de semana no Rio de Janeiro


Foi um final de semana intenso.

Meu filho mais velho fez uma apresentação de piano na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, no último sábado.

Antes, ele prestou exame de piano na 6a-feira de tarde, que se desdobrou estudando de véspera, o que fez bem.

Eu tinha programado irmos todos juntos pro RJ naquela noite, de avião.

Minha mãe, que fez 82 anos no domingo, decidiu vir para SP, pra ver a audição e comemorar o seu aniversário junto com a nora querida (que também aniversariou alguns dias antes).

Daí que durante a semana foi uma trabalheira para encaixá-la nos mesmos vôos, não deu, tive que quebrar a ida em 2 vôos, elas duas num, e eu e os meninos noutro, no mesmo horário.

Então começou uma maratona, uma verdadeira aventura.

Logo que chegamos no aeroporto de Congonhas, vimos que o Davi não tinha posto sua mala no táxi, ficou em casa!

Nela estava toda sua roupa para a apresentação e acessórios de toilete... (Que azar!)

Não dava pra voltar pra pegar, iríamos assim mesmo, ele com a roupa do corpo, depois a gente se virava como desse.

Uma vez na fila do check-in, descubro que EU me enganei quanto ao horário: olhei a hora de chegada no RJ em vez do horário de partida em SP!

Como chegamos 1 hora antes, já era hora de embarcar... Aquele frio na barriga: como vamos agora?? (Que azar!)

Agindo rápido, descobri que ainda daria para fazer check-in urgente, mas só porque os vôos estavam atrasados. (Que sorte!)

Descobrimos que TODOS os vôos estavam atrasados porque os aeroportos do RJ estavam fechados por causa de temporal lá.

Daí foi aquela espera... longa... indefinida... e os vôos poderiam ser até cancelados. (Que azar!)

Aeroportos no RJ abriram por volta das 21:30 e começaram os embarques dos atrasados. (Que sorte!)

Soubemos de uma preocupação a mais: depois das 23h os aeroportos centrais, tanto Congonhas (em SP) quanto Santos Dumont (no Rio) fecham, e nesse caso os vôos são transferidos para Cumbica e Galeão, respectivamente. (Que azar!)

O nosso vôo, conseguiu sair às 21:45 (Que sorte!), mas foi desviado para pousar no Galeão. (Que azar!)

Quando pousamos (Que sorte!), o vôo das duas ainda não tinha nem saido de SP, nem embarcado... estavam indo pra Cumbica para embarcar de lá. (Que azar!)

Chegamos no apartamento eram 00:30, eu e os meninos; e elas às 2:30. (Que sorte!)

Às 7h já tavam todos de pé, sem café da manhá, para irmos às 9h ao ponto de encontro com o resto da turma na Praça XV e pegar a barca pra ilha às 10:30. (Que azar!)

Só quase às 10h começaram a chegar os outros alunos e a professora de piano, que vieram de ônibus durante a noite e chegaram as 6h.

Enquanto esperávamos, havia uma feirinha de antigüidades embaixo do viaduto, onde achamos roupas e acessórios para comprar pro Davi. (Que sorte!)

Chovia em Paquetá, o dia inteiro. (Que azar!)

A apresentação, realizada na Casa das Artes, apesar de longa (mais de duas horas, com vários participantes), FOI UM SHOW!!!


Pegamos a barca de volta as 19:15h, e tinhamos um encontro com blogueiros amigos às 21h (só chegamos às 23h no local), jantamos e fomos dormir às 00:30, eu e as 3 crianças (minha mãe já conto como uma).

Dia longo, comprido, cansativo, para todos. Tudo transcorreu bem, ainda bem!

Domingo foi mais light:
café-da-manhã às 10h no supermercado, Arthur quis nadar no mar das 11:30 as 12:30, fomos almoçar no Barra Shopping às 16h, os meninos brincaram no HotZone até as 18h, pegamos táxi de volta para pegar as malas (enquanto rolava a rodada final do Campeonato Brasileiro onde o Flamengo se sagrou campeão), dali pro aeroporto, embarcamos às 21:45 e meia-noite em casa!

Ufa! Só isto tudo!

Em resumo, valeu toda a correria e surpresas e experiências!

Embora cansativo e estressante, preciso dizer que
ouvir a apresentação do Davi foi MUITO EMOCIONANTE para mim.
Uma das maiores emoções que lembro de ter vivido. Que sorte!


As fotos registram alguns desses momentos e passagens mágicos, belos, encantadores, interessantes.










Outra versão desta viagem e mais fotos podem ser encontradas no post
O RIO DE JANEIRO CONTINUA LINDO! (do Caldeirão-da-Bruxa)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O Ego presente


"Somos o que somos, graças ao que fomos.
O 'Eu' presente é o resultado de muitos 'Eu's passados,
uma coleção de milhões de 'fotografias temporais',
uma somatória de instantâneos pessoais, experiências e pensamentos.
Se você descartasse qualquer um desses 'Eu's, deixará de ser você,
o que é impossível.
Não podemos mudar o que já foi,
nem evitar o que será: só podemos modificar o que seria.
Temos condições e capacidade de tomar consciência de nossos 'Eu's,
aceitá-los e usá-los para compor um 'eu' melhorado, superior.
Conseqüentemente, não podemos consertar o que já passou,
mas podemos arrumar o agora e ajustar as conseqüências.
O Passado é o nosso presente para um Futuro melhor!"

Mesdre


Uma dúvida surgiu certa vez quanto ao tempo do verbo empregado em "só podemos modificar o que seria"...

Por que ser conjugado no futuro do pretérito, um tempo verbal usado pra indicar possibilidades no passado? Não deveria ser "será" em vez de "seria"?

Acontece que, no meu entendimento, o português está correto: é uma questão de mergulhar mais fundo na questão.

Suponha o seguinte: que sejam possíveis vários futuros, dependendo das circunstâncias atuais, das ações e reações, atos e conseqüências. Apenas UM deles SERÁ, os outros nunca serão. Portanto, você tem, em princípio, a capacidade de escolher ou modificar "o que será", e com isto determinar outro futuro; assim, aquele que SERIA o "será" antigo, não será mais!


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